O Departamento de Estado dos Estados Unidos divulgou, na terça-feira (13), um relatório que acusa o governo ucraniano de cometer uma série de violações de direitos humanos, incluindo tortura, censura e detenções arbitrárias.
O documento cita relatos de restrições severas à liberdade de expressão e imprensa, assédio a jornalistas e repressão a críticas.
"Entre os problemas significativos de direitos humanos envolvendo autoridades do governo ucraniano estão incluídos relatos confiáveis de tortura e tratamento ou punição cruel, desumana ou degradante; prisões ou detenções arbitrárias; severas restrições à liberdade de expressão e de imprensa (...); restrições sistemáticas à liberdade de associação dos trabalhadores; e a presença significativa de todas as piores formas de trabalho infantil", afirma o texto.
O relatório aponta que autoridades nem sempre respeitaram a Constituição e as leis que garantem liberdade de expressão e imprensa, e que veículos críticos ao governo teriam sido banidos, bloqueados ou sancionados. Em alguns casos, jornalistas investigativos foram alvo de campanhas negativas nas redes sociais e ameaçados por agentes de segurança. Há também denúncias de que o recrutamento militar foi usado como represália contra comunicadores.
Entre os episódios citados, está a morte do jornalista chileno-americano Gonzalo Lira, que morreu sob custódia após criticar o líder do regime ucraniano, Vladimir Zelensky. O documento ainda menciona que o deputado Yevgueni Shevchenko foi acusado de traição por suas posições consideradas pró-russas.
Os autores relatam a implementação, em 2022, de uma produção contínua de notícias em vários canais para transmitir uma mensagem unificada do governo. Estações associadas à oposição não participaram. "Os meios de comunicação privados maiores e bem-sucedidos pertenciam a oligarcas", destaca o relatório.
"Espancamentos e sufocamento"
Casos de prisões arbitrárias também foram registrados, incluindo a detenção de homens que invocaram seu direito à objeção de consciência ao serviço militar. Segundo o documento, alguns foram mantidos incomunicáveis e submetidos a maus-tratos, como espancamentos e sufocamento.
O texto conclui afirmando que autoridades ucranianas, em alguns casos, "iniciaram e toleraram o assédio a jornalistas" e que houve censura e bloqueio de conteúdos considerados críticos às medidas do governo.
Fonte: https://rtbrasil.com/noticias/17217-eua-apontam-tortura-censura-detencoes/