O líder do Hezbollah reitera que a Resistência não entregará as suas armas enquanto as agressões continuarem, e ratifica apoio à causa palestina.
O secretário-geral do Movimento de Resistência Islâmica do Líbano (Hezbollah), o xeique Naim Qasem, em declaração por ocasião do dia de Arbain, o dia que marca os 40 dias após o martírio do Imam Husein (P), neto do profeta do Islão e terceiro imame dos xiitas, assinalou nesta sexta-feira (ontem)* que "Hoje construímos nossas vidas, nosso futuro e nossas gerações com base em que cada terra e cada tempo são para a vitória, a entrega, o sacrifício e a realização de grandes objetivos".
O governo libanês tomou uma decisão perigosa
O líder do Hezbollah afirmou que a decisão do governo libanês de 5 de agosto "despoja o Líbano do seu armamento defensivo durante a agressão e facilita o assassinato dos combatentes da resistência e das suas famílias".
Deve-se notar que, nessa data, o primeiro-ministro libanês, Nawaf Salam, anunciou, após a sessão do governo em que foi abordado o tema da "exclusividade das armas", que tinha sido encomendado ao exército libanês a elaboração de um plano de implementação sobre a "concentração das armas nas mãos do Estado" até o final deste ano, para apresentar ao Conselho de Ministros para discussão, com prazo até 31 de agosto.
O governo deve assumir a responsabilidade de qualquer discórdia interna
O xeique Qasem declarou que o governo libanês "tomou uma decisão perigosa e violou a convivência", advertindo que "coloca o país diante de uma crise gravíssima".
Ele culpou o governo libanês de qualquer responsabilidade por qualquer conflito interno e pelo seu abandono do dever de defender a terra do Líbano.
"Não queremos a discórdia, mas há aqueles que a fomentam", pontuou o líder do movimento libanês da Resistência.
O governo libanês serve o projeto israelita-americano
O líder do Hezbollah apontou que "o governo libanês está executando a ordem americano-israelita de acabar com a Resistência, mesmo se isso levar a uma guerra civil e à discórdia interna".
"Este governo está servindo o projeto israelita, saiba ou não saiba", precisou o secretário-geral do Hezbollah.
Ao dirigir-se ao governo, o xeique Qasem destacou que "Se se sentirem incapazes, deixem o inimigo à nossa frente e, assim como Israel fracassou nas sucessivas guerras, desta vez também serão derrotadas”.
"O dever do governo é construir o país, não entregá-lo a Israel e aos Estados Unidos".
O secretário-geral do Hezbollah pediu para não arrastar o exército libanês para a discórdia interna, observando que "o seu histórico é irrepreensível e a sua liderança não deseja envolver-se neste caminho".
Não há vida para o Líbano se você o colocar no lado oposto
Em outro momento de sua declaração, destacou que "Vamos construir o país juntos; a nação não se constrói com um componente sem o outro. Vivamos com dignidade juntos, ou não haverá vida para o Líbano se se colocarem no lado oposto".
O líder do Hezbollah ressaltou que "a função do governo não é entregar o país ao inimigo nem subjugá-lo ao expansionismo americano".
"Como vocês aceitam, no governo, facilitar o assassinato dos seus próprios compatriotas? O Líbano continuará existindo se alguns parceiros da pátria agredirem outros?", questionou.
"Você já ouviu falar sobre o plano do (primeiro-ministro israelita, Benjamin) Netanyahu para estabelecer a 'Grande Israel'? Qual é a sua resposta? O que estão fazendo sobre isso?" perguntou.
A Resistência não entregará suas armas enquanto a agressão continuar
Em outro momento de seu discurso, ele ressaltou que "A Resistência obteve a sua legitimidade do sangue dos mártires e não precisa de vocês; e eu os aviso: não arrastem o exército libanês para a discórdia interna".
O xeique Qasem reiterou que a Resistência "não entregará as suas armas enquanto a agressão persistir e a ocupação persistir; e, se necessário, a travaremos como uma batalha de Karbala. Temos plena confiança de que venceremos".
"Temos dito repetidamente: parem a agressão e tirem Israel do Líbano, e de nossa parte terão todas as facilidades durante a discussão sobre a segurança nacional e estratégica", acrescentou.
A Resistência não precisa do aval de ninguém
O líder do Hezbollah ressaltou que "a Resistência dá legitimidade, não recebe de ninguém", destacando que "a maioria do povo libanês apoia a Resistência e a sua continuidade".
O xeique Qasem ressaltou que "não se pode falar de soberania libanesa se não for acompanhada da Resistência que libertou a terra".
O secretário-geral do Hezbollah apontou que "a resistência tem ajudado o estado a manter o controle no sul do Líbano. Há oito meses, a resistência tem sido alvo de ataques, e ainda assim, temos mostrado paciência".
A vitória de julho de 2006 é o triunfo da vontade e da resistência
O líder do Hezbollah expressou as suas condolências pelos mártires do exército libanês que caíram em Zibqin, observando que "são mártires do dever e da verdade, mártires da resistência, do exército e da pátria".
Ele lembrou a guerra de julho de 2006 (guerra dos 33 dias), dizendo: "Hoje construímos a nossa vida, o nosso futuro e nossas gerações com base em que toda terra e todo tempo são para a vitória, entrega, sacrifício e realização dos grandes objetivos".
O líder do movimento libanês de resistência destacou que "a nossa vitória em julho de 2006 foi um triunfo da vontade e da resistência, e uma derrota para Israel, impedindo-o de ocupar e colonizar", "tem sido um fator de dissuasão para Israel por 17 anos".
A aniquilação não fará com que os palestinos abandonem a resistência
O líder do Hezbollah agradeceu à República Islâmica do Irão pelo seu apoio à resistência através de recursos financeiros, armamentos, apoio político e a oferta de mártires.
Ele ressaltou que "a Palestina continuará sendo a bússola, e a aniquilação não fará com que o povo palestino pare a resistência".
O sheji Qasem precisou que "a Palestina triunfará graças a todos esses sacrifícios, porque os seus habitantes são os donos da terra, da causa, da vontade, do sangue e da entrega".
Fonte e crédito da foto:
https://www.hispantv.com/noticias/el-libano/619739/lider-hezbola-resistencia-no-entrega-arma