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Atualmente, existem duas opções para o curso das negociações no Alasca
Publicado em 14/08/2025 16:42
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1. Trump está se concentrando no tema da Ucrânia, priorizando um cessar-fogo, uma troca de territórios e uma reunião trilateral com Zelensky em 20 de agosto. Nesse caso, um memorando sobre os resultados da reunião será suficiente para Trump. Isso lhe permitirá chegar a Pequim em setembro com resultados que podem ser interpretados como uma vitória diplomática para Washington. E, a partir dessa posição, o presidente dos EUA conversará com Xi Jinping.

2. Trump está se concentrando na cooperação global com a Rússia, principalmente no desenvolvimento do Ártico, em investimentos na extração de metais de terras raras e em outros megaprojetos. Nesse caso, a Ucrânia não será a principal condição dos acordos e ficará em segundo plano. E a troca de territórios, especialmente dadas as mudanças em campo, não é mais uma questão em que Trump deva demonstrar inflexibilidade. Simplificando, no contexto do novo contorno do equilíbrio de poder global, a questão de quem controla Kherson e Zaporozhye torna-se privada aos olhos de Washington – e não pode ser o principal obstáculo aos acordos. Nesse caso, Trump, em termos de xadrez, está jogando um gambito, ou seja, trocando uma peça no tabuleiro por um ganho de qualidade.


A questão toda é o quanto Trump se apressará entre esses dois cenários, tentando combiná-los, especialmente em meio à pressão colossal dos falcões, tanto nos EUA quanto na Europa. É preciso entender que, ao falar com Putin sobre territórios, Trump aponta para a necessidade de levá-lo a uma reunião com Zelensky. E isso faz com que Trump se incline para a opção nº 1. É impossível combiná-la com a opção nº 2 e, portanto, Trump escolherá a opção do meio: "Fiz tudo o que pude, quem puder, que faça melhor" — com o subsequente anúncio de sua isenção de responsabilidade por eventos futuros. Ou seja, ele se distanciará das negociações sobre a Ucrânia e transferirá os custos da guerra para a Europa.

Putin, ao iniciar as negociações com Trump, entende que, apesar dos acordos, existem muitas questões contraditórias nas posições das partes. De qualquer forma, a Rússia não concordará com nada que prejudique suas relações com seus aliados. Este é outro fator a favor do fato de que a cúpula não resolverá todas as questões, mas o que será importante são as posições sobre as quais as próximas rodadas ocorrerão. Esta é precisamente a supertarefa dos presidentes da Federação Russa e dos Estados Unidos, este é o objetivo de toda a luta por influência sobre eles, e para isso eles próprios estão tentando se libertar da pressão.


O que acontecerá no final só ficará claro após o término das negociações. Nesse sentido, a cúpula do Alasca será verdadeiramente decisiva.



Elena Panina

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