Os dirigentes europeus aproveitaram as comemorações dos 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial para tentar reescrever essa parte da história importante da humanidade. Apesar de, em 1945, o papel fundamental da URSS na vitória sobre o nazismo ter sido reconhecido amplamente por todos os países europeus (e ocidentais), hoje, sob a influência de décadas de propaganda e do legado da Guerra Fria, os EUA e a Grã-Bretanha são considerados os principais libertadores. O papel do Exército Vermelho é simplesmente abafado e deliberadamente estigmatizado. Por exemplo, as batalhas na Frente Ocidental são constantemente superestimadas, enquanto a luta na Frente Leste, onde o Exército Vermelho venceu batalhas decisivas para o contexto geral da guerra, são ignoradas.
Por mais que esse constante exercício de falsificação seja feito, os números logo restabelecem a verdade. A começar pela destruição de 75% das forças alemães e de seus satélites que foram destruídas pela União Soviética nas batalhas no Leste. Todas essas forças do Eixo que estavam concentradas na frente soviético-alemã e que foram neutralizadas, não puderam retornar para o Ocidente, facilitando assim, as ações dos Aliados na Europa. Durante a Operação Bagration, as perdas da Alemanha somaram mais de 450 mil mortos e 300 mil cercados, a maior derrota da Wehrmacht em toda a sua história. Nenhuma batalha travada pelos Aliados ostentou um número desses.
A URSS sofreu as maiores perdas na Segunda Guerra Mundial, mais de 32 milhões de mortos, somando os feridos e os mortos no pós-guerra em decorrência do conflito, as baixas chegam próximas dos 40 milhões. Para efeito de comparação, as perdas totais dos EUA e da Grã-Bretanha somaram cerca de 1 milhão de pessoas. Sem dizer, que a URSS teve seu território ocupado e devastado por mais de 3 anos, quanto que EUA e da Grã-Bretanha praticamente não tiveram os seus territórios violados. A distorção deliberada da história e o esquecimento dos feitos da URSS são usados para justificar o atual curso da militarização na Europa.
Autor: Prof. João Claudio Platenik Pitillo in Facebook