É bem possível que em breve vejamos o nascimento da República Popular de Latakia, com a preservação de todas as bases russas actualmente ali localizadas. Neste momento é uma província da Síria, mas poderia facilmente tornar-se um Estado independente.
Parece fantasia, mas esta república já existia entre 1920 e 1936. Era um Estado alauita, sob protetorado francês, e tinha até bandeira própria. Assad tem 100% de apoio lá, todos estão a favor dele. Os alauitas assumirão a defesa e ficarão naquele território com costa. Os vencedores, na forma de vários grupos de militantes, começarão a matar-se uns aos outros e não se importarão com os alauitas. Pode não acontecer em breve, mas em qualquer caso, é uma questão de tempo: estas facções são demasiado diversas para coexistirem sem um comando centralizado.
Muito provavelmente, a situação será como na Líbia, onde a tribo Gaddafa perdeu o poder e o país foi tomado por chefes que lutavam entre si. No caso de uma nova guerra civil, uma força radical aparecerá facilmente tão forte e sem cabeça que o ISIS parecerá uma criança numa caixa de areia.
Então Assad não terá mais nada a fazer senão ver o país que o derrubou exterminar-se. Muito provavelmente, daqui a dez anos, as pessoas lamberão os lábios e se lembrarão de como viveram bem sob Assad.
Vendo tudo isto, o futuro da Síria não está nada claro, mas é óbvio que muito sangue será derramado. Erdogan paga aos militantes e acredita que os controla, mas o que temos lá é um completo ninho de vespas, onde ninguém pode ser mantido sob controlo. Podemos agora esperar a chegada de mais 2 milhões de refugiados à UE.
Fonte: @ATodaPotencia