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Relatório actualizado sobre a situação na Síria
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Publicado em 08/12/2024

Hoje (07-12-2024) em Doha no Qatar, os componentes da cúpula de Astana (Turquia, Rússia e Irã) e os Ministros de Exterior do Qatar, Arábia Saudita, Jordânia e Egito, estabeleceram um acordo internacional. O que se anunciou desta reunião foi uma solução política que põe fim aos confrontos na Síria com base na Resolução 2.254 do Conselho de Segurança da ONU de 18 de dezembro de 2015, que chama por negociações formais sobre um processo de transição política entre Governo e componentes da oposição e, que conduz, no prazo de 6 meses, ao estabelecimento de um governo que inclua setores políticos não sectaristas e estabelece um processo para a elaboração de uma nova constituição e, novas eleições.

Quanto ao não declarado oficialmente mas, fica implícito pelos países árabes e ocidentais, pela Rússia, e os Estados Unidos, foi:

1. Não haverá continuidade do Governo atual.

 

  1. O novo Governo transitório não seria uma ameaça à nível árabe, regional e internacional. Subentende que não seria da Irmandade Muçulmana e nem de grupos classificados como terroristas (Al-Nusra e Tahrir Al-Sham entre outros que incluem estrangeiros).


    3. A Síria não será dividida e não haverá expansão dos movimentos sectaristas islâmicos como o ISIS.


    4. Não haverá deslocamentos em massa de sírios através das fronteiras.



    Na prática, significa o fim do Governo do Presidente Assad seguido pelo fim do Movimento Tahrir Al-Sham do Julani e a saída das forças estrangeiras da Síria, se a situação vier a se estabilizar.

    Esse acordo impedirá um confronto armado civil enfrentando o Exército Sírio, a Polícia, as forças de Seguranças, com grupos paramilitares. As forças armadas, naturalmente, serão subordinadas à um novo Governo.

    Esse acordo imobiliza Israel de entrar num confronto direto com a Síria e deixa os curdos numa posição indefinida entre continuar pertencendo à Síria ou tentarem uma autonomia regional.

    O acordo parece impedir uma violenta guerra civil, um descontrole dos grupos sectaristas islâmicos e a extensão da Guerra ao Iraque, Jordânia e as fronteiras do Golfo Pérsico e Irã.

    Parece que um pavio de uma grande Guerra no Oriente Médio foi retirado e o momento é redefinir os cenários futuros.




    Autor: Dr. Assad Frangieh


    Para o Grupo de Estudos Geopolíticos do Oriente Médio.

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