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Milícias apoiadas pelo Irão e Iraque se unem ao Exército sírio contra rebeldes em Aleppo
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Publicado em 02/12/2024

Segundo fonte militar da Síria à Reuters, ‘novos reforços’ ajudarão no norte do país, na mais recente escalada da guerra no país.

 

Dezenas de milícias apoiadas pelo Irão, vindas do Iraque, chegaram à Síria na madrugada desta segunda-feira (02/12) para reforçar o Exército do país na luta contra os grupos armados terroristas que tomaram controle da cidade de Aleppo, na mais recente escalada da guerra no país, que dura desde 2011.

Esses são novos reforços sendo enviados para ajudar nossos camaradas nas linhas de frente no norte”, afirmou uma fonte militar sênior síria à agência de notícias Reuters, segundo a emissora catari Al Jazeera.

 

De acordo com a fonte, os combatentes cruzaram a fronteira “em pequenos grupos para evitar ataques aéreos”. Além disso, o Irã também planeja apoiar a Síria enviando conselheiros militares, segundo o Ministério das Relações Exteriores do país.

O governo iraniano expressou apoio incondicional à Síria juntamente com a Rússia em uma conversa do presidente Vladimir Putin com seu homólogo do Irão, Masoud Pezeshkian, nesta segunda-feira sobre a crise, segundo um comunicado do Kremlin.

A atenção estava focada na situação crescente na República Árabe Síria. A maior agressão de grupos terroristas e gangues é vista como destinada a minar a soberania, a estabilidade política, social e econômica do Estado sírio”, disse a declaração.



Moscovo disse que o apoio incondicional foi expresso às ações do governo de Bashar al-Assad na Síria para restaurar a ordem constitucional e a integridade territorial do país. Também foi dada ênfase à importância de coordenar esforços na capital síria Astana com a participação da Turquia.

 

Mais cedo também nesta segunda-feira, Pezeshkian manteve conversas telefônicas com Assad, na qual reafirmou o seu compromisso para cooperar com a Síria face à recente ofensiva terrorista dos grupos armados. Na ligação, ambos os líderes acusaram os Estados Unidos e Israel de tentarem fragmentar a região e redesenhar os mapas para beneficiar os seus próprios interesses.

A escalada terrorista procura dividir a Síria e minar a sua independência. Faz parte de um plano mais amplo concebido pelos Estados Unidos e pelo regime sionista para alterar a estabilidade da nossa região”, disse al-Assad, que agradeceu ao Irã pelo seu apoio contínuo em momentos críticos para o seu país.

Por seu lado, Pezeshkian sublinhou a importância da unidade regional face às ameaças externas: “preservar a soberania da Síria é fundamental para garantir a estabilidade do Médio Oriente. “O Irã está pronto a fornecer toda a assistência necessária para derrotar o terrorismo e frustrar as conspirações sionistas.”

 

O diálogo entre os mandatários coincidiu com a chegada a Damasco do ministro das Relações Exteriores iraniano, Seyed Abás Araqchi, líder de uma delegação diplomática.

Durante a sua visita, Araqchi destacou o “firme apoio” de Teerã ao governo sírio e condenou a recente ofensiva terrorista liderada por grupos extremistas como Hayat Tahrir al Sham. Segundo o diplomata iraniano, estes ataques fazem parte de um esforço coordenado para desestabilizar a região e servir os interesses do regime israelense.

O inimigo usa grupos terroristas como ferramentas para semear insegurança e discórdia. “A Síria, como no passado, conseguirá superar estas conspirações com a força do seu povo e do seu Exército”, declarou Araqchi antes de iniciar reuniões com as autoridades sírias.

Contexto

Aleppo, a segunda maior cidade da Síria, é alvo de ataques de grupos armados que, segundo organização de direitos humanos que atua no país, tomaram totalmente o controle do local. O conflito, que escalou desde a última sexta-feira (29/11), marca uma nova etapa de uma guerra civil em andamento desde 2011.

As milícias que atacaram a cidade são contrárias ao governo do presidente Bashar al-Assad. Os grupos tinham sido expulsos de Aleppo entre 2016 e 2017 pelas forças governistas, que contam com apoio do Irã e da Rússia.

 

Segundo a organização Observatório Sírio para os Direitos Humanos (SOHR, na sigla em inglês), citada pela agência de notícias AFP, o ataque foi realizado pelo grupo Hayat Tahrir al Sham, vinculado à Al-Qaeda, com apoio de outras facções rebeldes aliadas.

O SOHR contabiliza mais de 320 mortes desde o início da ofensiva, sendo ao menos 44 civis. Esta é a primeira vez que Aleppo saiu do controle do regime sírio, segundo a organização.

 

Entre os locais tomados pelos rebeldes estão o aeroporto da cidade e o consulado do Irã. Em comunicados divulgados por seus dirigentes, os rebeldes confirmam a ofensiva. Um dos grupos envolvidos afirma que a ação foi facilitada devido a baixas militares das forças apoiadas pelo Irã em meio a conflitos com Israel.

A Rússia respondeu aos ataques rebeldes com o primeiro bombardeio realizado em território Sírio desde 2016. O Kremlin informou que os caças atingiram integrantes dos grupos armados e arsenais.

A guerra civil na Síria não registrava confrontos nesse nível desde 2020, quando foi assinado um cessar-fogo com anuência da Rússia e da Turquia (que apoia parte dos grupos rebeldes). O governo turco pediu, agora, que os ataques sejam interrompidos.

 

Os episódios tiveram reações, também, de países do Ocidente (opositores de Al-Assad), como a França, que pediu uma trégua; e os Estados Unidos, que afirmaram que a perda do controle de Aleppo aconteceu devido à “dependência” síria da Rússia e do Irão.

 

(*) Com Brasil de Fato, TASS e TeleSUR 

 

 

Publicado originalmente em:

https://operamundi.uol.com.br/guerra-no-oriente-medio/milicias-apoiadas-pelo-ira-e-iraque-se-unem-ao-exercito-sirio-contra-rebeldes-em-aleppo/


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