Valência viveu uma noite turbulenta este sábado, com 130 000 pessoas a exigirem a demissão de Carlos Mazón pela sua “gestão negligente” da crise provocada pela DANA.
Quase duas semanas após as chuvas torrenciais que varreram dezenas de municípios da região de Valência, em Espanha, provocando a morte de mais de 225 pessoas, mais de 130 000 pessoas saíram à rua em Valência para exigir a demissão do Presidente da Comunidade Valenciana, Carlos Mazón, e pedir responsabilidades políticas pela má gestão da crise.
A marcha tornou-se violenta quando um grupo de manifestantes lançou foguetes contra o edifício da Câmara Municipal e atacou os agentes da polícia com petardos e latas.
A polícia de choque, por sua vez, atacou os manifestantes, batendo-lhes com cassetetes. Pelo menos quatro pessoas foram detidas e 31 agentes da polícia ficaram feridos.
“Mazón demita-se”, ‘Nós manchados de lama, vocês manchados de sangue’, ‘[o primeiro-ministro espanhol Pedro] Sánchez, Mazón, a mesma merda’ ou ‘Onde estavas no primeiro dia?’ foram algumas das palavras de ordem gritadas pela multidão.
A porta e as paredes da câmara municipal foram cobertas com graffitis como “Mazón assassino”, manchas de lama e mãos pintadas de vermelho, para denunciar a “gestão negligente” da crise por parte das autoridades da região e do governo, crise que causou centenas de vítimas.
Um grupo de manifestantes indignados chegou ao Palácio da Generalitat, a sede do governo valenciano, onde espalharam lama nas paredes e pintaram a frase “o presidente para Picasent [prisão em Valência]” e colocaram lenços pretos.
Antes da manifestação, convocada por cerca de 40 organizações, os organizadores afirmaram em comunicado que “o governo valenciano, com o presidente Mazón à cabeça e como responsável máximo, demonstrou uma grave falta de capacidade e eficiência para gerir qualquer tipo de crise”.
“Neste caso, teve uma resposta com mais de 12 horas de atraso, o que, em parte, causou maior infortúnio perante esta catástrofe meteorológica. Previsão ineficaz e gestão tardia, que agora estamos a ver replicada em Castelló”, criticaram os manifestantes.
Madrid, a capital do país ibérico, foi também palco, no sábado, de uma manifestação de solidariedade para com os afectados pela tempestade e para exigir a demissão de Mazón e a sua “justiça”. Entre gritos de “Mazón, demite-te” e “Mazón para a prisão”, os manifestantes mostraram também a sua indignação contra a ministra regional da Justiça e do Interior, Salomé Pradas, e o resto do governo regional valenciano.
Fonte: https://www.hispantv.com/noticias/espana/604549/protestas-pedro-sanchez-inundaciones