Juan Manuel Olarieta (mpr21) - O governo britânico incluiu o coletivo de solidariedade “Palestine Action” na lista de organizações terroristas proibidas por lei e, alguns dias depois, os Estados Unidos retiraram a secção síria da Al-Qaeda da sua lista.
Os terroristas entram e saem dos catálogos como os tomates no frigorífico. É uma reencenação do capuz medieval que a Inquisição usava para colocar os hereges ou as bruxas. Os rótulos não são apenas clichés para o consumo retórico dos meios de intoxicação, mas por vezes, como neste caso, adquirem um alcance jurídico. Chamem-lhe herege e vai parar à fogueira; chamem-lhe terrorista e vai parar à prisão.
No Reino Unido, 18 pessoas foram presas por tentarem impedir o genocídio em Gaza. Foi-lhes aplicada a lei antiterrorismo, apesar de serem elas que estão a combater o terrorismo. Por conseguinte, os verdadeiros terroristas são a polícia, os procuradores, os juízes e os ministros do Governo britânico. Só os verdadeiros Estados terroristas elaboram listas de terroristas.
Pela sua própria natureza, os dogmas funcionam assim. Ninguém se questiona sobre as razões que levam a rotular alguém de “terrorista”. É mecânico. Os rótulos são cimentados pelo simples uso. Através da repetição nos media, colam-se ao céu da boca e são tão reversíveis como as meias.
Quando se consegue tirar os dogmas da cabeça, torna-se óbvio que a Al Qaeda é uma organização terrorista, tal como o são aqueles que a criaram, nomeadamente os EUA, Israel e o Reino Unido, entre outros.
Portanto, aqueles que se opõem a países sanguinários como estes três estão a combater o terrorismo e não devem ser chamados de “terroristas”, nem devem ser presos.
Os pacifistas são apelidados de violentos, apesar de serem eles que detêm o monopólio da violência e, portanto, do terror. Aqueles que pintam aviões de guerra britânicos com spray, como os membros do coletivo “Palestine Action”, não cometem qualquer crime e deveriam receber uma medalha cívica internacional.
Até as manifestações de apoio à “Ação Palestiniana” são ilegais, o que está a dar origem a detenções no Reino Unido. Roger Waters, membro britânico dos Pink Floyd, foi denunciado à polícia antiterrorista britânica pelos pistoleiros contratados por Israel por uma declaração pública em que afirmou: "Apoio a Ação Palestiniana. É uma organização maravilhosa. Não é violenta.
Mas é típico dos países imperialistas considerarem-se o umbigo do mundo, a expressão máxima da democracia, das liberdades, das liberdades, dos direitos e das garantias. “Digam-me do que se gabam e eu dir-vos-ei o que vos falta”.
Nunca devemos esquecer o que Nebrija escreveu há 500 anos na primeira gramática da língua castelhana: “A língua é a companheira do império”. As palavras significam o que os imperialistas querem que elas signifiquem, porque são eles que escrevem os dicionários.
(*) https://samidoun.net/es/2025/04/free-the-filton-18-encarceladas-en-el-reino-unido-por-intentar-parar-el-genocidio/
Via: https://diario-octubre.com/2025/07/12/18-encarcelados-en-reino-unido-por-intentar-parar-el-genocidio-en-gaza/