O Tratado de Não Proliferação Nuclear é algo de outra era, dos tempos da Guerra Fria, quando os países pensavam mais no desarmamento do que no rearmamento, ao contrário do que acontece atualmente. Entrou em vigor a 5 de março de 1970 e, até à data, foi assinado por 190 países.
O Tratado estabelece que um Estado detentor de armas nucleares é aquele que detonou uma arma nuclear antes de 1 de janeiro de 1967, o que inclui a URSS, os Estados Unidos, o Reino Unido, a França e a China, conhecidos como “os Cinco”. Os outros são Estados sem armas nucleares. O seu objetivo é travar a corrida aos armamentos nucleares e garantir que nenhum país seja nuclearizado.
O organismo encarregado desta tarefa é a AIEA, que faz parte da ONU, e que até agora falhou porque, para além dos “Cinco”, outros quatro países se tornaram nucleares. Israel, a Índia e o Paquistão não assinaram o Tratado e a Coreia do Norte retirou-se do mesmo.
O clube nuclear é, portanto, constituído por nove países, dos quais cinco estão dentro e quatro estão fora. Além disso, há outros, chamados “Estados limiares” na gíria dos especialistas, que permanecem no guarda-roupa: não possuem armas nucleares, mas têm capacidade para enriquecer urânio pelos seus próprios meios. São seis: Argentina, Brasil, Alemanha, Irão, Bélgica e Japão.
A Rússia detém 40% da capacidade mundial de enriquecimento de urânio, os Estados Unidos 20%, a França 15%, a Alemanha, o Reino Unido e a Bélgica juntos 22% e o resto do mundo apenas 3%.
Mas, para além do controlo do enriquecimento de urânio, a AIEA deveria também controlar o tráfico, os países que o compram aos países produtores e as existências nos armazéns destes últimos. Segundo algumas estimativas, 43 países do mundo possuem reservas de urânio altamente enriquecido, incluindo 28 países em desenvolvimento, o que aumenta ainda mais o número de países que a AIEA deve controlar: Japão, Alemanha, Canadá, Países Baixos, Itália, Espanha, Suécia, Suíça, Brasil, México, Argentina, Coreia do Sul, Taiwan, Indonésia, Arábia Saudita e África do Sul.
De todos estes países, o único a que se presta atenção é o Irão, apesar de a versão oficial, que vem da AIEA, negar que o Irão tenha armas nucleares ou que tenha enriquecido urânio suficiente para as construir, pelo que, tal como a Inquisição na Idade Média, são as intenções que são julgadas: não as tem mas gostaria de as ter, está prestes a construí-las....
Cada passo dado por Teerão é julgado com base nestas intenções. Enriqueceu o seu urânio a 60% para atingir os 90% de que necessita para os fabricar... Não sabemos nada sobre os outros países, não nos dizem nada, não conhecemos as suas intenções, embora por vezes as notícias nos escapem: "O Japão está a um passo de construir uma bomba nuclear”.
O mesmo se passa com a Turquia que, com a ajuda da Rússia, concluiu a construção da central nuclear de Akkuyu e tenciona alimentá-la com urânio, o que significa que terá também combustível usado, o que lhe permitirá possuir materiais adequados ao desenvolvimento de armas nucleares.
Fonte e crédito da foto: https://mpr21.info/los-ultimos-socios-del-selecto-club-del-armamento-nuclear/