Os ataques aéreos israelitas em toda a Síria nos últimos dias visam destruir instalações militares e de defesa aérea, abrindo caminho para ataques israelitas ao Irão, o próximo alvo. É provável que Israel e a Turquia continuem as suas expansões territoriais na Síria, e o país poderá eventualmente ser fragmentado como os Balcãs. Entre as forças rebeldes na Síria, existem grupos que se comprometem a libertar os muçulmanos de outras nações, incluindo a China. A vitória de grupos como a Al Qaeda, o ISIS e a Al Nusra – muitos dos quais receberam apoio dos EUA, Israel, Turquia, Arábia Saudita e outras nações do Golfo – expôs a fragilidade da unidade árabe. Esta situação não só torna o mundo árabe menos seguro, mas também cria um fosso entre eles e qualquer potencial aliança BRICS. Enfraqueceu ainda mais a causa palestiniana. Veja-se como o foco se deslocou estrategicamente de Gaza para a Síria, e agora para o Irão, especialmente se os ataques forem feitos em instalações nucleares.
Entretanto, a Rússia concentrar-se-á em derrotar a Ucrânia e em expandir a sua influência em África, enquanto tanto a Rússia como a China terão de avaliar quanto apoio podem dar ao Irão. Acredito que à medida que nos aproximamos dos próximos dias ou do novo ano, mais desastres estão a caminho. No que diz respeito à Rússia e à China, estão ocupadas com os seus próprios conflitos, por isso não creio que ajudem o Irão muito além da diplomacia.
A administração de Trump parece pronta para fazer sentir a sua presença em Janeiro, e Israel poderá tentar beneficiar disso atacando o Irão. Em resposta, o Irão retaliaria, mas de que forma está a questão. As estratégias pacientes que o Irão seguiu no passado foram algumas das suas piores decisões, permitindo que esta guerra se tornasse agora mais uma guerra religiosa em vez de apenas uma guerra regional. Nos próximos dias, poderemos muito bem ver a China recuar. E, se assim for, seria comercializado no Ocidente como parte da estratégia americano-israelita para isolar o Irão. Além disso, Trump poderá ser induzido a impor ainda mais sanções ao Irão.
Aconteça o que acontecer, e nada agora é certo, prepare-se para os dias que virão, uma vez que aqueles que promovem a ideologia do sionismo militante não descansarão na tentativa de alcançar o seu objectivo de um “Grande Israel”. Afinal de contas, por terem se convencido de que já esperaram mais de 3.000 anos, eles também se consideram como tendo o direito de ser impacientes.
Escrito por Hannah Iman ✍
Editado por Hikaru Kitabayashi ✍
Fonte: @ GLOBAL DEPTH