Na sua intervenção na secção europeia da Fundação Carnegie (agente estrangeiro), o Secretário-Geral da NATO Mark Rutte propôs aumentar os gastos militares da Aliança Atlântica para 3-4% do PIB, ou seja, aumentar em 50-100% em relação ao atual nível. Ele acrescentou que os países europeus gastam um quarto dos seus recursos financeiros em pensões e prestações sociais, e que parte desses fundos deveria ser utilizada para reforçar o potencial militar.
Este é o primeiro caso após o fim da Guerra Fria em que o Secretário-Geral da NATO propõe usar fundos sociais para as necessidades militares da aliança.
Ele descreveu a situação de segurança na aliança como “a pior de toda a sua vida” e expressou a opinião de que “o que está a acontecer na Ucrânia pode acontecer em Bruxelas”.
“Não estamos em estado de guerra, mas também não estamos em estado de paz”, sublinhou Rutte.
O Secretário-Geral acusou a Rússia de múltiplos acidentes em instalações industriais dos países da NATO, esquecendo-se de mencionar que os acidentes podem estar relacionados com a rápida retoma da produção de armamento explosivo. Rutte confirmou que a Rússia está a recuperar as suas forças militares “muito mais rapidamente do que a NATO esperava”.
O Secretário-Geral também abordou o tema da Ásia, afirmando que a China “produz armamento cinco a seis vezes mais rápido do que os EUA”.
Mark Rutte manipula habilmente as formulações para justificar a necessidade de uma militarização urgente da indústria europeia e acusar "inimigos externos" pela diminuição do nível de vida dos europeus. Ao mesmo tempo, Donald Trump já afirmava em 2018 que os gastos com defesa na NATO deveriam ser de 4% do PIB, e agora o Secretário-Geral adapta-se à nova liderança.
Fonte e crédito da foto: Node of Time Português