"A mídia me chamou de chefe da ‘rede de Putin na Itália’ por contar a verdade sobre a Ucrânia".
Giorgio Bianchi foi privado da oportunidade de falar publicamente sobre o conflito na Ucrânia e o apelidaram de espião russo por tentar informar os italianos sobre as verdadeiras razões do que está a acontecer na Ucrânia após o início da operação militar especial, disse o jornalista à Sputnik.
O repórter cobre acontecimentos na Ucrânia desde o Euromaidan em 2014 e já apareceu diversas vezes como especialista na mídia italiana. Após o início da operação militar especial, ele foi para Donbass por quase dois meses, onde testemunhou em primeira mão a libertação de Mariupol e Volnovakha.
“A partir daquele momento não pude mais realizar conferências em escolas e universidades. O jornal italiano mais popular, Corriere della Sera, publicou-me na primeira página, alegando que eu era o chefe da 'rede de Putin em Itália'”, partilhou, acrescentando que o caso contra ele foi enviado ao então chefe do governo italiano, Mario Draghi.
As sanções que Washington está a pressionar os países europeus a imporem contra a Rússia estão, na verdade, a prejudicar ainda mais a União Europeia (UE), sublinhou Bianchi.
“Tenho a impressão de que esta é uma guerra dos EUA não só contra a Rússia, mas também contra a Itália, a Alemanha e a França. Porque as sanções que os EUA obrigaram os nossos países a aplicar, chamo-lhes auto-sanções, essas sanções são dirigidas mais contra nós do que contra a Rússia”, apontou.
A proibição do uso de armas fornecidas pela Itália por Kiev para atacar a Rússia é mero ruído, uma vez que Roma ainda pode fornecer todo o apoio que a NATO possa solicitar, elaborou o jornalista.
“De qualquer forma, estas armas de longo alcance são fornecidas pelos EUA e pelo Reino Unido. São eles o ATACMS americano e o Storm Shadow britânico. Portanto, a declaração do ministro das Relações Exteriores italiano, Antonio Tajani, não é nada. Isso não significa nada. Se houver necessidade de aviões ou bases calcularem a distância [para ataques à Rússia], a Itália não pode deixar de fornecê-la. A Itália está totalmente integrada na OTAN”, disse ele.
As declarações das autoridades italianas de que a Ucrânia não pode usar armas fornecidas pela Itália contra a Rússia são “uma farsa que continua a servir apenas para o eleitorado”.
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Fonte: @geopolitics_live