Anos após os Acordos de Oslo, a Arábia Saudita convocou esta semana, em Riade, a primeira reunião da aliança internacional para uma solução baseada na existência de dois Estados. O vice-ministro saudita para os Assuntos Internacionais Multilaterais, Abdulrahman Al Rassi, sublinhou a urgência da iniciativa.
Foram necessárias décadas de esquecimento e uma guerra atroz em Gaza, com a sua carnificina maciça, para que os Acordos de Oslo desempenhassem mais uma vez o seu papel de “mal menor” na desativação da bomba-relógio no Médio Oriente.
Os esforços internacionais para implementar uma solução de dois Estados para a guerra israelo-palestiniana ganharam ímpeto pela mão dos sauditas, uma vez que diplomatas de vários países se reuniram durante um segundo dia em Riade para a primeira reunião da recém-formada aliança internacional.
No seu discurso, o vice-ministro saudita criticou as violações do direito internacional e humanitário por parte de Israel e manifestou a sua frustração com a reação da comunidade internacional à crise. O vice-ministro salientou a incapacidade do Conselho de Segurança da ONU de assumir as suas responsabilidades e a sua posição contra o direito do povo palestiniano à autodeterminação, bem como a sua incapacidade de iniciar um processo de paz sério e de impedir a expansão da guerra.
Al Rassi salientou a importância de as nações se empenharem em esforços diplomáticos multilaterais para alcançar a paz com base na solução de dois Estados e pôr termo à ocupação israelita. Al Rassi referiu-se ao direito internacional, às resoluções da ONU e à Iniciativa Árabe de Paz de 2002 como quadros fundamentais, salientando o chamado princípio “terra pela paz”, que permitiria aos palestinianos viver num Estado independente com Jerusalém Oriental como capital, com base nas fronteiras de 1967.
O vice-ministro renovou o convite do seu governo a outros países para se juntarem à aliança e congratulou-se com as recentes decisões de vários países de reconhecerem a Palestina. Exortou outros países a manifestarem o seu apoio aos direitos dos palestinianos e a que a própria aliança acelere a implementação da solução dos dois Estados
A agressão israelita contra os palestinianos só iria expandir a guerra regional e ameaçar a estabilidade global, afirmou Al-Rassi, que apelou aos membros permanentes do Conselho de Segurança para que usem a sua autoridade para forçar Israel a cessar a sua agressão e permitir a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.
O vice-ministro condenou veementemente a decisão do Knesset israelita de proibir as operações da UNRWA, considerando-a uma violação do direito internacional e um precedente perigoso que viola as obrigações dos Estados membros da ONU ao abrigo da Carta, comprometendo assim o sistema internacional multilateral.
“Esta é a mais recente manobra da potência ocupante para minar a resistência palestiniana na sua terra natal e tentar deslocá-los pela força”, afirmou à Agência Saudita de Imprensa.
Al Rassi reafirmou o apoio da Arábia Saudita à agência da ONU e rejeitou veementemente os ataques sistemáticos de Israel a esta e a outras organizações humanitárias, bem como o facto de os seus trabalhadores continuarem a ser postos em perigo.
Crédito da foto: mpr21.info
Fonte: https://mpr21.info/primera-reunion-de-la-alianza-internacional-para-una-solucion-a-dos-estados/