Na sua declaração final, a cimeira árabe-islâmica extraordinária realizada esta segunda-feira em Doha, sob a presidência do emir do Catar Tamim bin Hamad Al Thani, emitiu um comunicado final contundente condenando o ataque israelita de 9 de setembro contra o Catar, que afetou áreas residenciais, escolas, creches e sedes diplomáticas, causando mortos e feridos.
O encontro contou com a participação de líderes dos Estados-membros da Liga Árabe e da Organização para a Cooperação Islâmica (OCI), que expressaram total solidariedade com o Catar e destacaram o seu papel como mediador nos esforços para cessar a guerra israelita em Gaza.
A cimeira exortou a comunidade internacional a travar a agressão israelita, a pôr fim aos crimes de guerra, às políticas de deslocação e aos colonatos ilegais, e a garantir o cumprimento das resoluções da ONU e do direito internacional.
A nota insta «todos os Estados a adotarem todas as medidas legais e eficazes possíveis para impedir que Israel continue as suas ações contra o povo palestiniano, incluindo o apoio aos esforços para pôr fim à sua impunidade, responsabilizá-lo pelas suas violações e crimes, impor-lhe sanções, suspender o fornecimento, a transferência ou o trânsito de armas, munições e material militar para ele, incluindo material de dupla utilização, rever as relações diplomáticas e económicas com ele e iniciar ações legais contra ele».
Além disso, destacou o apoio à criação de um Estado palestino independente dentro das fronteiras de 1967, com Al-Quds (Jerusalém) como capital, bem como a coordenação de esforços internacionais para garantir o seu reconhecimento efetivo.
Destacou a importância da proteção dos locais sagrados em Al-Quds, a preservação dos direitos dos habitantes da cidade e o apoio ao trabalho da Comissão de Al-Quds sob a presidência de Marrocos.
Além disso, apelou aos Estados-Membros da Organização para a Cooperação Islâmica para que apoiassem a execução dos mandados de detenção do Tribunal Penal Internacional (TPI) contra os responsáveis por crimes cometidos contra o povo palestino e garantissem que Israel cumprisse as medidas provisórias do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ).
Por fim, os líderes expressaram o seu profundo agradecimento ao Catar pela organização e hospitalidade, valorizando o seu papel na promoção da unidade, cooperação e solidariedade entre os países árabes e islâmicos, consolidando a sua posição como ator fundamental na paz e no desenvolvimento regional e internacional.
A reunião foi realizada após um ataque fracassado realizado por Israel na terça-feira passada contra uma reunião da delegação do Movimento de Resistência Islâmica da Palestina (HAMAS) em Doha.
Ao dirigir-se à cimeira, o emir do Catar denunciou como «covardes» e «traidores» os ataques israelitas que mataram cinco membros do HAMAS e um oficial de segurança do Catar.
Após esta ofensiva, muitos países condenaram o ataque israelita contra os líderes da Resistência Islâmica, exigindo à comunidade internacional que pusesse fim às barbaridades de Israel na região.
Fonte e crédito da foto: https://www.hispantv.com/noticias/asia-occidental/631505/cumbre-doha-revision-relaciones-israel-ataque-catar