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Europa a ver o gás russo a fugir para a China
Publicado em 03/09/2025 20:52
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A Rússia e a China assinaram um acordo há muito aguardado para a construção do gasoduto Power of Siberia 2, um projeto considerado estratégico tanto do ponto de vista energético como geopolítico. O memorando, anunciado esta terça-feira em Pequim pela Gazprom, prevê o fornecimento de até 50 mil milhões de metros cúbicos de gás natural por ano durante um período de 30 anos, através de um trajeto que cruzará a Mongólia. Trata-se do segundo grande gasoduto a ligar a Rússia ao mercado chinês, depois do Power of Siberia 1, inaugurado em 2019, noticia a Bloomberg.


O anúncio foi feito pelo presidente executivo da Gazprom, Alexei Miller, que declarou a meios de comunicação russos, em Pequim, que o novo gasoduto representará “o maior, o mais massivo e de elevado capital projeto de gás do mundo”. Miller acrescentou ainda que o preço do combustível fornecido à China será “inferior ao praticado na Europa”, segundo a Bloomberg, num sinal claro de reposicionamento das exportações russas após a perda do mercado europeu.

A assinatura do acordo decorreu durante uma reunião trilateral que juntou os presidentes Vladimir Putin e Xi Jinping, assim como o líder mongol Ukhnaagiin Khurelsukh. Segundo a agência Xinhua, foram assinados mais de 20 acordos entre Moscovo e Pequim, abrangendo setores que vão da energia à tecnologia. Contudo, a agência oficial chinesa não mencionou especificamente o Power of Siberia 2, sublinhando a cautela de Pequim em relação a este mega-projeto.


De acordo com a Reuters, o memorando prevê não só a construção do novo gasoduto, mas também a expansão das entregas pelas rotas já existentes. O fluxo através do Power of Siberia 1, atualmente de 38 mil milhões de metros cúbicos anuais, deverá aumentar para 44 mil milhões, enquanto a ligação do Extremo Oriente terá capacidade reforçada de 10 para 12 mil milhões de metros cúbicos. Estes acréscimos vêm juntar-se ao planeado Power of Siberia 2, que por si só duplicará a capacidade de fornecimento de gás da Rússia à China.

 

 

Imagem IA

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