Vamos iniciar um ano lectivo sob a ameaça do Governo PSD/CDS de aumento das propinas. Quando, em 1992, o governo PSD decidiu aumentar brutalmente as propinas - que eram de 1200 escudos anuais (6€) - o governo e os seus apoiantes diziam que o aumento das propinas não seria para financiar as instituições mas apenas para aumentar o apoio social e melhorar a qualidade do ensino e que apenas pagaria quem “tivesse possibilidades para o fazer”. Foi o que me disse Passos Coelho, num debate em que nos confrontámos sobre este assunto.
Nós sabíamos então, e a vida provou-o, que o aumento das propinas levaria a que muitos estudantes fossem excluídos do ensino superior, que os governos não tinham qualquer intenção de reforçar a acção social escolar, e hoje sabemos o que sofrem os estudantes deslocados com os preços proibitivos da habitação e a falta de alojamento estudantil público.
Mas também sabemos como a forte contestação estudantil já levou governos a recuar e agora, quando nova ameaça surge, a luta dos estudantes será determinante para concretizar o acesso democrático e universal à educação pública e aos graus mais elevados de ensino, como a Constituição consagra.
Hoje, para além das propinas e do preço do alojamento, temos os exames nacionais, cujo peso na nota final o actual Governo reforçou, que levou a uma redução de 15% no número de candidatos no número mais baixo de colocados desde 2016.
Os estudantes precisam de um Presidente da República com que possam contar, que defenda os seus direitos e seja solidário com as suas lutas. Podem contar comigo.
*Título dado pelo site "Notícias Independentes"
António Filipe – Candidato nas próximas eleições para a Presidência da República em Portugal