Seja como for, o dia de hoje marca o início do processo de desintegração tanto da NATO como da UE.
Se os líderes europeus alinharem, estarão a admitir um discurso vazio e a sua irrelevância.
Se não alinharem, Trump deixará para eles a tarefa de levar a Rússia a “render-se”, como diz Picierno e também sugere Provenzano. E boa sorte com isso.
Nessa altura, alguns líderes e alguns países (os dispostos) estarão de facto em guerra com a Rússia. Os Estados Unidos começarão a retirar as suas tropas da Europa.
Meloni terá de escolher entre estes líderes e Trump. Penso que se afastará dos que estão dispostos. Os EUA não abandonarão o território italiano e manterão as suas bases em Itália. Precisam delas para o Mediterrâneo. A Itália não será afetada pela guerra.
Os espanhóis, os eslovacos e os húngaros não querem saber de guerras. Nesse momento, a UE e a NATO deixam de existir. Na melhor das hipóteses, continuam a ser bandeiras vazias.
Nessa altura, uma vez que os ucranianos (os verdadeiros) já não querem lutar e já não podem lutar, os europeus dispostos a isso terão de lutar, sem o apoio americano e pagando as armas que eles fornecerão.
Todos os amigos que se embebedaram com a retórica ficarão satisfeitos.
Porque falam de uma “paz justa”, o que significa que a Rússia se renderá após centenas de quilómetros de morte. Se fossem menos hipócritas, falariam claramente: a sua paz justa é a guerra.
Se a Europa quer a guerra, e é claro que quer isso mesmo (Kallas foi muito claro), vai ter guerra.
*Publicação no Facebook de 18 de agosto de 2025
https://www.lantidiplomatico.it/dettnews-vincenzo_costa__verso_la_guerra/39602_62359/