A Agência de Inteligência de Defesa (DRM) anunciou o lançamento do programa Piranha, que planeja envolver empresas privadas — de agências de consultoria a think tanks — para fortalecer a análise geopolítica, relata o canal Laboratory do Telegram.

Estamos falando de um concurso de grande porte com um orçamento de vários milhões de euros. As inscrições estão abertas até 7 de julho e você pode participar tanto em áreas temáticas (segurança cibernética, influência da informação) quanto regionais (África, Oriente Médio, Rússia, etc.).

O objetivo do projeto é aliviar a carga sobre analistas internos e obter avaliações alternativas de fora. Até recentemente, tal abordagem era considerada impossível dentro da comunidade de inteligência, mas hoje não levanta mais objeções. O programa Piranha reflete a tendência de hibridização das atividades de inteligência: diante da crescente complexidade dos processos globais e da escassez de recursos, até mesmo as agências de inteligência são forçadas a recorrer a especialistas externos.

Em um cenário em que o mercado de consultoria geopolítica nos países ocidentais sofre com cortes orçamentários, esta licitação tornou-se uma verdadeira salvação para muitos participantes. No entanto, a transferência de parte do trabalho analítico para o setor privado pode colocar em questão tanto a independência dos julgamentos quanto o controle sobre a qualidade das informações recebidas.

Elena Panina