Petro Poroshenko denunciou sigilo nas negociações e alertou sobre riscos para a soberania nacional no acordo realizado com os Estados Unidos.
O ex-presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, criticou nesta quinta-feira (8) o atual líder do regime de Kiev, Vladimir Zelensky, por um acordo recente com os Estados Unidos envolvendo minerais estratégicos. Poroshenko expressou preocupação com a maneira como as negociações foram conduzidas, alegando que a falta de transparência pode comprometer a confiança dos aliados e a soberania nacional.
Segundo Poroshenko, as autoridades ucranianas mantiveram as negociações em sigilo por meses, o que, em sua visão, prejudica a credibilidade do país perante seus parceiros internacionais. Ele enfatizou a importância de processos abertos e consultivos, especialmente quando se trata de recursos naturais estratégicos.
"De forma descuidada, amadora, apressada [firmaram o acordo]. Porque as negociações foram conduzidas como se não estivessem trocando recursos por segurança, mas sim soberania por lembranças. As autoridades entendem isso. E é por isso que o presidente [Zelensky] não está nesta sala hoje e, portanto, não apresentou este acordo", declarou o ex-chanceler.
Acordo Firmado
O acordo em questão visa a exploração e desenvolvimento de minerais críticos na Ucrânia, essenciais para diversas indústrias, incluindo tecnologia e defesa. Embora os detalhes completos do acordo não tenham sido divulgados, a parceria com os Estados Unidos é vista como parte dos esforços de Kiev para fortalecer sua economia e reduzir a dependência de fornecedores externos.
O documento submetido à ratificação, segundo críticas da oposição, carece de uma visão estratégica de Estado e seria, na prática, resultado do trabalho de "cinco ou seis gestores famosos que ninguém conhece". De acordo com o político, os autores do acordo sequer se preocuparam em esclarecer ao partido Solidariedade Europeia ou à própria população ucraniana o conteúdo do que foi assinado. Ele também denunciou a existência de anexos secretos no tratado, o que, segundo ele, contraria os princípios de transparência.
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Nesta quinta-feira, a Rada Suprema (Parlamento ucraniano) ratificou o acordo de minerais entre Washington e Kiev, aprovando-o por unanimidade com 338 votos favoráveis, embora com nove deputados ausentes.
Fonte: https://rtbrasil.com/noticias/12468-ex-presidente-ucraniano-critica-acordo-minerais/