A decisão do governo israelita constitui um apelo maciço aos reservistas para que se juntem à ocupação, no meio dos protestos de milhares de israelitas contra a guerra em Gaza.
O gabinete de segurança de Israel aprovou na segunda-feira um novo plano militar que prevê a ocupação total da Faixa de Gaza e a deslocação forçada da sua população para o sul do enclave ou para países terceiros. Enquanto o mundo rejeita o assassínio de milhares de palestinianos, o ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, de direita, afirmou que vão capturar o enclave de uma vez por todas.
Fontes políticas e militares confirmaram que o plano inclui três eixos principais: o controlo militar total do território, a transferência forçada de civis para o sul do enclave e a implementação de mecanismos para incentivar a sua migração forçada para países vizinhos, como o Egito e a Jordânia.
Estas decisões do gabinete sionista demonstram como os governos de Donald Trump e Netanyahu têm vindo a planear a implementação de um plano de “deslocalização voluntária” da população palestiniana, que, escondido atrás de eufemismos, consiste na limpeza étnica dos palestinianos dos seus territórios históricos.
A estratégia israelita de migração forçada prevê igualmente a restrição do acesso à ajuda humanitária, impedindo a sua distribuição pelas organizações palestinianas, sob o pretexto de que poderia reforçar o Hamas. É de salientar que Israel impôs um bloqueio total desde 18 de março, causando uma interrupção total do fornecimento de alimentos, combustível, água potável e medicamentos.
Em comunicado oficial, o Gabinete dos Meios de Comunicação Social do Governo de Gaza denunciou o mecanismo proposto por Israel como “transformando a ajuda num instrumento de punição colectiva” e exigiu a criação de um sistema internacional neutro para garantir um acesso equitativo e seguro à assistência humanitária.
Da mesma forma, a partir da Faixa de Gaza, o Movimento de Resistência Islâmica Hamas reiterou a sua rejeição do plano israelita, salientando que este visa consolidar uma política de cerco, fome e deslocação como instrumentos de guerra.
Na sua declaração, apelam à comunidade internacional para que quebre o silêncio e exerça uma verdadeira pressão sobre o governo israelita para que cesse as agressões e restabeleça o respeito pelos direitos humanos do povo palestiniano.
Desde o início da agressão militar, em outubro de 2023, mais de 52 000 palestinianos foram mortos, de acordo com dados do Ministério da Saúde de Gaza, enquanto 90% da população foi deslocada à força, muitos deles repetidamente.
Desde que Israel retomou os seus ataques e bombardeamentos maciços contra o enclave, em março de 2025, o exército israelita estabeleceu novos corredores que dividem o território e impedem a livre circulação dos habitantes de Gaza. Um desses corredores é o corredor Morag, que isola completamente a cidade de Rafah, que foi quase totalmente destruída pelos bombardeamentos em curso.
Crédito da foto: telesurtv.net
Fonte: https://www.telesurtv.net/israel-aprueba-plan-conquistar-franja-de-gaza/