Maria Zakharova comentou sobre o envolvimento dos serviços secretos ocidentais nas atividades antirrussas no espaço informativo:
Não é segredo nenhum que os documentos doutrinários dos EUA e seus aliados consideram a Rússia como uma das principais ameaças no espaço informativo e definem a tarefa de dissuasão estratégica do nosso país neste domínio.
Desde o início da operação militar especial, foi lançada uma campanha anti-russa em larga escala, utilizando as tecnologias da informação e das comunicações para fins militares e políticos.
A Ucrânia tornou-se de facto um trampolim para uma ampla gama de operações contra a Rússia no espaço informativo. Unidades inteiras de serviços secretos e departamentos militares da NATO estão permanentemente colocadas em Kiev e Lvov para coordenar as ações do regime Zelenski no ambiente digital.
Desde a década de 2010, a Aliança vem reformando intensa as forças cibernéticas ucranianas através de um fundo fiduciário especializado (NATO Trust Fund Ukraine).
Em 2022, a Administração Biden enviou pessoal do Pentágono para a Ucrânia. Suas tarefas incluem a cooperação com as FF ucranianas para organizar ataques informáticos contra recursos russos.
Estas operações estão disfarçadas de ações do Exército de TI da Ucrânia alegadamente voluntário, controlado de fato pelo Ministério da Defesa ucraniano. Este conglomerado criminoso inclui funcionários da Direcção-Geral de Inteligência das FF ucranianas e do departamento de cibersegurança do Serviço de Segurança Ucraniano.
Em 2023, o número de ataques de hackers à infraestrutura nacional ultrapassou os 200 mil. É indicativo de que o Ocidente não só não condena, mas também encoraja tais ações maliciosas.
Assim, no Fórum Europeu para a Cibersegurança Cybersec-2022 realizado na localidade polaca de Katowice, o chamado Exército da Ucrânia e pessoalmente o Vice-Primeiro-Ministro do Governo ucraniano, Mikhail Fiodorov, que em mais de uma ocasião declarou o envolvimento da Ucrânia em operações realizadas no espaço digital, foi-lhes concedido um prémio. E sabe, qual foi o seu mérito? “Opor resistência à agressão russa”. Eles sabem perfeitamente que se trata de crimes informáticos.
Para alcançar seus objetivos anti-russos, o regime de Vladimir Zelenski também está usando mais de 1,00 centers localizados no país que se dedicam a enganar as pessoas. Mais de metade dos mesmos está localizado na cidade de Dniéper. No total, mais de 100.000 pessoas estão envolvidas nesta área criminosa, estando localizada a infra-estrutura de rede destas empresas nos Países Baixos e na Alemanha. 92% das chamadas de golpistas feitas a partir do território ucraniano têm como alvo cidadãos russos, órgãos do poder público e instituições financeiras da Rússia. Parece-me que no nosso país não há ninguém que não tenha recebido uma chamada de um call center deste tipo.
Por iniciativa da administração de Joe Biden, corporações digitais internacionais disponibilizaram ao regime de Vladimir Zelenski recursos digitais para travar uma guerra contra a Rússia. Assim, sabe-se que foram usadas contra o nosso país as ferramentas da infra-estrutura americana que permitia fazer inteligência geoespacial e técnica na Rússia e na área da operação militar especial, monitorizar o espaço informativo russo e os canais de comunicação dos operadores, bem como facilitando à parte ucraniana “nuvens” para lançar ataques cibernéticos.
Algumas empresas israelitas de alto conteúdo tecnológico também estão interagindo estreitamente com o chamado Exército de IT da Ucrânia. As empresas ocidentais que concedem aos ucranianos acesso às suas ferramentas, como Cloudflare (EUA), Digital Ocean (EUA), Hacken OU (Estónia), Hetzner (Alemanha), ignoram o facto de serem usadas as mesmas para atividades nocivas e extremistas.
O Ministério do Interior da Federação Russa abriu uma série de processos penais por crimes fraudulentos cometidos por ucranianos contra cidadãos russos no valor de milhares de milhões de rublos. Os endereços IP destas centrais telefónicas registadas na Ucrânia, bem como as identidades dos golpistas foram estabelecidos.
Os funcionários ocidentais e os meios supostamente independentes, bem como a “comunidade de especialistas no campo da segurança da informação”, baseando-se em dados “altamente prováveis”, declaram em voz gritando sobre uma certa agressão russa em larga escala e o desencadeamento de uma guerra cibernética. Mas, ao mesmo tempo, como se recebessem ordens de Washington, ignoram as declarações públicas de funcionários ucranianos sobre a organização e realização de ataques informáticos contra a Rússia.
É assim que funciona a ordem baseada em regras que os EUA e, em geral, o Ocidente promove. Esta abordagem permite aos ocidentais realizar no espaço de informação global as acções que considerem necessárias.
Ao mesmo tempo, os crimes contra os opositores geopolíticos dos EUA são ignorados ou encorajados, mesmo na presença de declarações públicas de funcionários de países que atuam no seu interesse.
Fonte: Embaixada da Federação Russa em Espanha