Milhares de pessoas manifestaram-se na Colômbia para exigir que o Congresso aprove as reformas propostas pelo presidente, Gustavo Petro, enquanto no Panamá a aprovação de uma lei que reforma a Caixa do Seguro Social gerou protestos e a ameaça de uma greve nacional. Ambos os cenários refletem a crescente tensão social e o desafio que os governos enfrentam para implementar suas agendas políticas e econômicas em um contexto de polarização e descontentamento dos cidadãos.
Na Colômbia, as manifestações em apoio às reformas de Petro ocorrem num momento em que a relação entre o Executivo e o Congresso está tensa e a imagem do presidente diminuiu. "A relação entre o Executivo e o Congresso está quebrada há muitos anos, porque sempre foi uma relação do tipo 'clientelista', eu dou-lhe o voto em troca de quê?" disse Laura Bonilla, subdiretora da Fundação Paz e Reconciliação da Colômbia, que também observou que o capital político do governo para a negociação está esgotado.
Bonilla destacou que a reforma trabalhista tem amplo apoio popular, mas a reforma de saúde gera medo entre a população. "Os colombianos são difíceis de convencer, embora a reforma trabalhista foi muito apoiada pela população, já que nesse aspecto estamos nos piores lugares da América Latina. Em vez disso a reforma de saúde não tem o mesmo apoio, as pessoas têm muito medo de que seja uma saúde clientelista", garantiu Bonilla. A vice-diretora também mencionou que a imagem positiva do presidente Petro diminuiu desde seus primeiros 100 dias de governo e que "as pessoas não estão felizes porque vêem difícil que a paz seja alcançada".
No Panamá, a situação é semelhante, com protestos e a ameaça de uma greve nacional após a aprovação da lei que reforma o Fundo do Seguro Social. "Após a aprovação no terceiro debate de nossas organizações há uma iniciativa para convocar uma greve nacional de 24 horas como um aviso. É uma medida que vai contra o povo. Isso não pode ficar assim", afirmou Ronaldo Ortiz, subcoordenador nacional da Frente Nacional pela Defesa dos Direitos Econômicos e Sociais do Panamá. Ortiz acusou o presidente Mulino de estar do lado dos empresários mais corruptos e de ser agente do governo dos Estados Unidos.
Tanto na Colômbia como no Panamá, os protestos e o descontentamento social refletem a frustração da população pela falta de resultados concretos em matéria de paz, segurança social e economia. Os governos enfrentam o desafio de construir consensos e implementar políticas que respondam às demandas da sociedade e promovam um desenvolvimento inclusivo e sustentável.
Fonte: @Nuestra América