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Plano de paz para a Ucrânia atribuido a Trump está fadado ao fracasso, afirma coronel russo
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Publicado em 12/11/2024

Se Washington parar de fornecer equipamentos militares à Ucrânia, a guerra terminará amanhã, sem nenhuma zona desmilitarizada, aponta um coronel da reserva Mikhail Khodarenok.

 

O mais importante sobre o plano do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, é que os autores da iniciativa não parecem ter se coordenado de forma alguma com Moscovo ou Kiev, afirmou um coronel da reserva, Mikhail Khodarenok, comentarista militar da RT.com que serviu como oficial na principal diretoria operacional do Estado-Maior das Forças Armadas russas.

"E Kiev será o principal problema, porque o maior obstáculo à implementação de qualquer iniciativa de paz é a liderança político-militar absolutamente insana e inadequada de Kiev", afirmou o militar da reserva, citado pela Gazeta.ru na quinta-feira.

 

E por isso, segundo ele, o primeiro ponto de qualquer plano de paz de Trump deve soar mais ou menos assim: "Antes de mais nada, devemos levar ao poder em Kiev uma liderança capaz de cumprir os contratos. Mais importante ainda, pessoas razoáveis e adequadas. Somente assim as negociações e a discussão de quaisquer posições serão possíveis".

 

Segundo relatado pelo Wall Street Journal na semana passada, Trump e seus assessores estão aparentemente considerando um novo plano para acabar com o conflito entre a Rússia e a Ucrânia.

As propostas incluiriam o congelamento das operações militares ao longo da linha de frente, a criação de uma zona desmilitarizada e a garantia de que Kiev não entrará para a OTAN por pelo menos 20 anos. Enquanto isso, o Ocidente continuaria a fornecer armas à Ucrânia.

 

De acordo com o jornal, a promessa de Trump de acabar com a guerra até ao dia de sua posse, em janeiro, agora o coloca na posição de ter que escolher entre propostas concorrentes de conselheiros unidos por uma ideia comum - um afastamento completo dos planos do atual presidente, Joe Biden, de transferir armas e equipamentos militares para Kiev pelo "tempo que for necessário".

 

Durante toda a sua campanha eleitoral, Trump criticou duramente a forma como Biden lidou com a Ucrânia, alertando que isso aproximava a possibilidade da Terceira Guerra Mundial, recebendo bilhões de dólares em armas de graça.

 

De acordo com as fontes do Wall Street Journal, a nova proposta para resolver o conflito armado inclui vários pontos-chave. Em termos mais gerais, eles propõem que os combates sejam interrompidos nos marcos atuais alcançados por ambos os lados do conflito. Isso significa congelar a linha de frente e criar uma zona desmilitarizada ao longo dela.

 

Zona desmilitarizada

 

No seu artigo Khodarenok explicou como seria a zona desmilitarizada. De acordo com a definição clássica de uma zona desmilitarizada, as instalações militares nesse território devem ser removidas, enquanto a implantação de unidades e formações de forças armadas, a fortificação do terreno e a realização de atividades de treino operacional e de combate são proibidas.

 

O militar da reserva opinou ainda que Moscovo e Kiev tropeçarão no primeiro ponto do plano de Trump e rejeitarão categoricamente a eliminação da sua infraestrutura militar.

 

Quanto ao status legal e à OTAN, o coronel indicou que de acordo com as propostas, a Ucrânia não poderá entrar para a OTAN nos próximos 20 anos. Como consequência, toda a responsabilidade nessa questão está sendo transferida não para Bruxelas e Washington, mas para Kiev.

 

Em troca, os EUA continuarão a fornecer armas e equipamentos militares à Ucrânia. Esse é o ponto mais importante, segundo Khodarenok, já que se Washington parar de fornecer equipamentos militares à Ucrânia, a guerra terminará amanhã, sem nenhuma zona desmilitarizada.

 

 

Fonte: https://rtbrasil.com/noticias/7106-plano-paz-ucrania-divulgado-trump/

 

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