Israel informou a Casa Branca do seu plano para deportar à força a população de Rafah antes de uma provável invasão terrestre, uma medida comparável à limpeza étnica dos árabes da Palestina durante a criação do Estado de Israel em 1948.

O Wall Street Journal afirmou na sexta-feira que Israel deu ao Hamas até à próxima semana para se submeter a uma proposta de cessar-fogo, sob ameaça de invadir Rafah caso contrário.

Rafah é a cidade mais a sul da Faixa de Gaza. Atualmente, acolhe 1,2 milhões de refugiados deslocados. Uma parte significativa da população de Gaza está precariamente amontoada juntamente com os 280.000 habitantes locais.

O plano israelita consiste em transferir o centro principal do enclave para Al Mawasi, uma pequena área na costa sul de Gaza. O Politico obteve uma cópia de um mapa com alguns pormenores do plano (*).

“Uma tal invasão poderia conduzir a massacres horríveis e a cenários de uma segunda Nakba”, afirmou recentemente o Centro Palestiniano para os Direitos Humanos, com sede em Gaza. “Após 200 dias de horríveis actos genocidas em Gaza, os verdadeiros objectivos do ataque são a continuação da Nakba que começou há 76 anos e a erradicação genocida e a destruição do povo palestiniano em Gaza. Israel está a preparar o terreno para levar a cabo o seu plano de colonização de Gaza”.

Em última análise, Israel pretende limpar etnicamente o maior número possível de palestinianos de Gaza.

A situação em Rafah já é terrível. Há uma grave escassez de água e de outros bens de primeira necessidade. De acordo com James Elder, porta-voz mundial do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), há aproximadamente uma casa de banho para cada 850 pessoas e um chuveiro para cada 3.500 pessoas em Rafah.

Na sexta-feira, Jens Laerke, porta-voz do Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU, disse aos jornalistas em Genebra que uma invasão terrestre israelita de Rafah colocaria centenas de milhares de palestinianos “em risco iminente de morte”.

“Qualquer operação terrestre significaria mais sofrimento e morte”, disse Laerke, alertando para “um massacre de civis, mas também um golpe incrível para a operação humanitária em toda a faixa, uma vez que é gerida principalmente a partir de Rafah”.

De acordo com um relatório divulgado na quarta-feira pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento e pela Comissão Económica das Nações Unidas para a Ásia Ocidental, cerca de 5% dos habitantes de Gaza foram mortos, mutilados ou desaparecidos nos ataques israelitas. Isto equivale a mais de 120.000 pessoas, a grande maioria das quais são civis.

(*) https://www.politico.com/news/2024/05/03/israel-gazans-rafah-invasion-00156024

Crédito da foto: mpr21.info

Via: https://mpr21.info/israel-informa-a-estados-unidos-de-su-plan-de-limpieza-etnica-en-rafah/